O golpe do
golpe do golpe
FERNANDO BRITO
Michel Temer tenta a anulação do
inquérito contra ele no STF, sob o argumento de que não caberia a distribuição
automática para Luís Edson Fachin, uma vez que o caso nada teria a ver com a
Lava Jato.
Fachin reage mandando dizer que a
conexão é com outras operações que estão sob sua relatoria.
Não disponho de informação jurídica para
opinar, mas a decisão, na quarta-feira, será política e dificilmente terá outro
resultado senão o de manter o inquérito tal como está, independente de razões
jurídicas.
Mesmo um eventual pedido de vistas, para
protelar o resultado, será um escândalo, tal o grau de convicção que se
estabeleceu de que Temer perdeu o mínimo de governabilidade.
Coloca o Supremo diretamente na linha de
fogo contra Temer e em oposição ao órgão supremo de julgamento no Brasil, o TM
– Tribunal dos Marinho.
Se o fizer, a crise sobe um degrau mais
– e cada degrau que se sobe é o risco de um fechamento político.
Tal como Aécio Neves queria que se
escolhessem delegados amigos na investigações, na conversa grampeada, também a
escolha dos juízes é dirigida de acordo com a dureza ou maciez com que se quer
que o caso seja tratado.
Até recursos e habeas corpus passam a
ser direcionados assim.
Passamos a considerar natural que o juiz
tenha posição prévia sobre as acusações.
O outro lado da abominável
judicialização da política é a abominável politização da Justiça.
São monstruosidades gêmeas.
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